Entregues as listas de candidatos às legislativas

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Terminou esta Segunda-feira o prazo para a entrega das listas de candidatos às eleições legislativas de 18 de Maio. Depois de, nas duas semanas anteriores, a CDU e o IL terem efectuado a entrega das listas no Tribunal da Guarda, hoje foi a vez do Bloco de Esquerda, do PSD, Chega, do Livre e do PS. Todos esperam aumentar a votação e alguns até eleger mais deputados, que são as expectativas do PSD e do PS – nas anteriores legislativas cada um elegeu um deputado, tendo o terceiro deputado ficado, pela primeira vez, nas mãos do Chega. Algumas das propostas já anunciadas diferem de candidato para candidato.
Dulcineia Catarina Moura, cabeça-de-lista da AD – Coligação PSD/CDS, espera que a AD saia «reforçada deste acto eleitoral porque é merecido», justificando que o governo liderado pela coligação «está a fazer um trabalho extraordinário no nosso país, focado no bem-estar das pessoas». «Queremos prosseguir a senda desse trabalho de implementação de reformas estruturais determinantes para o crescimento económico e para a qualidade de vida dos cidadãos», justifica a social-democrata, que acredita mesmo que «a coligação conseguirá na Guarda eleger dois deputados». A candidata salienta que a lista que lidera é «uma lista que conseguiu granjear o consenso distrital e o respeito da Comissão Política Nacional».
Quanto ao PS, Aida Carvalho, que é cabeça-de-lista do PS, não quis adiantar qualquer das propostas que poderão vir a integrar o programa eleitoral, argumentando que «neste momento é precipitado» porque está «numa fase de trabalhar com as bases» e de «assentar ideias». «Vou reunir com vários actores locais para cimentar as ideias, que faz sentido, que é coerente, que pode alavancar o nosso distrito», acrescentou, em declarações aos jornalistas aquando da entrega da lista no tribunal. Um dos seus desafios é contribuir para o PS recuperar o deputado perdido nas anteriores legislativas.
Questionada se não sente que é uma segunda escolha, uma vez que a comissão política distrital tinha escolhido um outro cabeça-de-lista (que era Joaquim Brigas), Aida Carvalho argumenta que a escolha foi feita pelo líder nacional, Pedro Nuno Santos, e que a escolha «resulta de um trabalho» que fez «ao longo dos anos em território de baixa densidade», recordando que iniciou o seu percurso profissional em 1996 em Vila Nova de Foz Côa e desde 2021 assume a presidência da Fundação Côa Parque.
Nuno Simões de Melo, do Chega, que é novamente o cabeça-de-lista, diz que vai manter o slogan adoptado nas anteriores eleições, que é «cuidar, fixar e atrair». «É importante cuidar de quem está, fixar a população e atrair nova gente para o território», defende. Quanto a resultados eleitorais, «tudo o que fosse menos que a eleição era uma enorme derrota, tudo o que for mais do que isso será uma enorme vitória».
Por seu lado, Beatriz Realinho, cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE), diz que aceitou ser candidata porque «são necessárias pessoas para fazer política, disponíveis para apresentar alternativas políticas». «O BE surge como alternativa ao lamaçal político dos vários governos consecutivos que desrespeitam o país e surge também como alternativa para estancar a extrema direita e o crescimento do ódio e do conservadorismo», refere a bloquista, salientando que o BE «surge com propostas alternativas para mudar a vida das pessoas».
Margarida Bordalo, que é novamente a cabeça-de-lista do Livre, enumerou algumas das bandeiras que defende, a começar pelo combate ao despovoamento, captação de jovens, mobilidade eléctrica entre os 14 concelhos e melhorias na educação e na saúde. «Um bom resultado para o Livre seria eleger um deputado porque precisamos de uma mudança política», considera a candidata do partido.
Por sua vez, Catarina Costa, que surge à frente da lista da CDU (coligação entre o PCP e “Os Verdes”), defende melhor mobilidade e mais transportes na região, bem como uma maior aposta no Serviço Nacional de Saúde. Mais habitação, melhores salários e pensões, assim como a concretizaçao de diversas obras, entre as quais a concretização da linha férrea entre o Pocinho e Barca d’Alva e dos Itinerários Complementares (IC’s) 6, 7 e 37.
De acordo com o mapa publicado no dia 24 de Março em Diário da República, mais de 10 milhões e 850 mil eleitores podem eleger os 230 deputados. No círculo eleitoral da Guarda há actualmente 139.520 eleitores em condições de escolher três deputados.
Às legislativas de 28 de Maio, pelo PS concorrem Aida Carvalho (presidente do conselho directivo da Fundação Côa Parque), Ana Margarida Cardoso (presidente da Federação das Mulheres Socialistas), Fábio Pinto (ex-presidente da Federação da JS e actual deputado na Assembleia Municipal da Guarda), Miguel Will (líder distrital da JS), Tânia Martinho Almeida (Almeida) e António Miguel Carvalho (Manteigas).
A lista da AD é constituída por Dulcineia Catarina Moura (deputada na última legislatura), surgindo na segunda posição Carlos Peixoto (advogado e ex-deputado) e, em terceiro, Carlos Cunha (presidente da JSD distrital e conselheiro nacional do PSD). O quarto lugar está destinado ao CDS, devendo novamente ser ocupado por Cláudia Guedes. Na quinta posição surge Susana Ferreira (líder da concelhia de Seia) e, em sexto lugar, João Paulo Sousa (presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa).
Relativamente ao Bloco de Esquerda, surgem na lista Beatriz Realinho (activista feminista e LGBTQI+), Bárbara Xavier (psicóloga e instrutora de yoga), Rodrigo Sousa (estudante de Relações internacionais), João Mimoso (estudante de engenharia mecânica), Susana Fontan (artesã, activista pela valorização do território) e Artur Alves (assistente administrativo no Instituto Politécnico da Guarda).
Margarida Bordalo é novamente a cabeça-de-lista do Livre e Vítor Andrade o número dois. Não foi até agora dada informação sobre os restantes elementos da lista. Quanto ao Iniciativa Liberal (a entrega da lista ocorreu na Sexta-feira, não tendo sido dada a conhecer antecipadamente aos jornalistas o dia e a hora), sabe-se apenas que a lista é liderada por Rui Abreu, director-geral da Comunilog (uma empresa na área da formação profissional com sede na Guarda), seguido de Inês Pais e Luís Rolo.
Relativamente à CDU, também apenas se sabe que a cabeça-de-lista é Catarina Costa. Está previsto que os restantes nomes sejam apresentados na próxima Quarta-feira, pelas 18 horas, no Salão da Junta de Freguesia da Guarda, em São Miguel.