Sérgio Costa anunciou publicamente esta tarde que se recandidata à presidência da Câmara da Guarda. «Faço-o com a alma de sempre, com a experiência que ganhei e com a vontade redobrada de continuar este caminho que é, acima de tudo, colectivo», afirmou o actual autarca da Guarda, no decorrer da sessão de apresentação do seu livro “Uma Visão da Guarda”, realizada esta tarde no anfiteatro da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. Fez um breve balanço, falou de projectos, acusou a oposição de tentar «parar projectos fundamentais» para a Guarda e aproveitou também para fazer uma referência aos outros candidatos, sem nomear, ao explicar que «um presidente de Câmara não pode aparecer de repente», «tem que estar sempre presente» e que «não se aprende a liderar um concelho da dimensão e da complexidade da Guarda com uma frase feita, com uma fotografia em campanha ou com as pantufas calçadas no sofá».
A propósito do livro, explicou que «é o testemunho de um mandato que mais do que promessas, foi focado na estratégia e na acção», «é mais do que um documento político ou técnico», «demonstra a vontade humana, o querer irredutível dos Guardenses em vencer, em ser melhor todos os dias da nossa vida» e «mostra que quando se tem estratégia, tudo começa a mudar e a evoluir».
«Há poucos anos, dizia-se por aí que a Guarda estava “no radar”. Era essa a expressão: “no radar”. Mas estar no radar não chega. Nunca chegou. Estar no radar é esperar que alguém, em Lisboa, olhe para nós e se lembre que existimos. Ora, isso não serve à Guarda. Nós não queremos ser vistos. Nós queremos ser respeitados. Nós queremos ser protagonistas do Interior e de Portugal», disse o candidato, sustentando que «a Guarda tem de se afirmar — com voz própria, com visão de futuro e com projectos no terreno». Sérgio Costa justificou que «é por isso» que lançou o livro “Uma Visão da Guarda”», porque «não basta ter ideias», «é preciso escrevê-las, estruturá-las, debatê-las e, sobretudo, executá-las».
«Esta visão que temos para o Concelho da Guarda não é feita de intenções vagas nem de promessas sem chão», referiu, realçando que «os pilares» da estratégia «já estão no terreno, com projectos concretos, financiamento garantido e execução em curso». E deu como exemplos, entre outros que «reflectem» a «capacidade de planear e de fazer com conta, peso e medida», o Porto Seco, em que houve necessidade de serem feitas «muitas reuniões e trabalho de formiga para que as obras finalmente avançassem». Evidenciou também a ampliação da Plataforma Logística, a «implementação da Estratégia Local de Habitação, que trará casas acessíveis para jovens, famílias e trabalhadores qualificados» e a luta pela reserva hídrica da nascente do Mondego.
«Estamos a desenvolver a Rota dos Miradouros, novos percursos pedestres, a reforçar a proteção civil, a recuperar habitats naturais no Parque Natural da Serra da Estrela, a requalificar os equipamentos desportivos, e a criar o Parque Biológico da Maúnça, espaço de preservação ambiental e motor de turismo sustentável», acrescentou, não esquecendo a Estrada Verde e «o conjunto de projectos de reabilitação urbana no centro histórico, dá expressão à regeneração da cidade e ao reforço da sua identidade cultural».
«Tudo isto faz parte de um pacote estratégico com 397 acções, das quais 76 já estão com financiamento assegurado e em plena execução, através do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], do Portugal 2030, do Centro 2030, do Banco Europeu de Investimento, do Orçamento de Estado e do esforço do nosso orçamento municipal», afirmou Sérgio Costa, evidenciando que o que quer para a Guarda são «projectos com nome, com alma e com futuro para as pessoas».
A propósito do Hotel Turismo, fechado há vários anos, o candidato a um segundo mandato na presidência do Município, espera que o Governo «cumpra a sua palavra». «Chegou a hora de transformar a promessa em obra e a ruína em orgulho», exigiu, adiantando desde já que, «se assim não for», o Hotel Turismo deve ser devolvido à Guarda e deixar «a Câmara Municipal resolver este problema de décadas».
Durante o discurso fez ainda referências ao «hospital privado de excelência que irá servir toda a região, com 200 postos de trabalho, que vai complementar a saúde do nosso território», «a confirmação de que a Alta Velocidade vai parar na Guarda» e «a instalação do quartel da UEPS na Guarda», que salientou, «representa um dos mais significativos reforços estruturais da presença do Estado no Interior».
Num breve balanço do seu mandato, Sérgio Costa considera que «a Guarda conheceu a maior criação de postos de trabalho directos das últimas décadas, fruto de uma estratégia clara de captação de investimento, apoio ao tecido empresarial e valorização do território». «Só entre os projectos da Plataforma Logística, do Porto Seco, do hospital privado, do sector tecnológico e dos novos espaços comerciais e de serviços instalados no centro histórico, estamos a falar de 1500 novos empregos criados no concelho, muitos deles qualificados e com futuro», exemplificou.
Sérgio Costa acusa a oposição de tentar «parar projectos fundamentais»

Depois de fazer uma referência às dificuldades que os jovens enfrentam no dia-a-dia, Sérgio Costa comparou «as dificuldades que os jovens enfrentam no dia-a-dia» com o a obra da “Variante da Ti Jaquina” (como é popularmente conhecida), que «foi travada — por chumbos vindos da esquerda e da direita, por quem preferiu bloquear em vez de construir».
As críticas à oposição na autarquia não se ficaram por aqui. O candidato afirmou que há «quem continue a querer travar o progresso da cidade. Chumbos da esquerda à direita, na Câmara Municipal, tentaram parar projectos fundamentais». «Com três vereadores apenas fizemos o que nunca muitos sequer pensaram ou imaginaram. Pensaram que podiam chumbar tudo para que não conseguíssemos realizar as obras e os projectos que a Guarda tanto necessita», acusou Sérgio Costa, para logo salientar que o executivo não se vergou e dialogou «com quem quis construir», seguindo «em frente com quem quis o bem da Guarda acima dos interesses partidários».
«Um presidente de Câmara não pode aparecer de repente», «tem que estar sempre presente», «não se aprende a liderar um concelho da dimensão e da complexidade da Guarda com uma frase feita, com uma fotografia em campanha ou com as pantufas calçadas no sofá», afirmou Sérgio Costa
Antes de terminar o discurso de recandidatura, Sérgio Costa não perdeu a oportunidade para fazer referências aos outros candidatos, sem nomear, ao explicar o que é que «deve ser um presidente de Câmara». Na sua opinião, «um presidente de Câmara não pode aparecer de repente», «tem que estar sempre presente», «não se aprende a liderar um concelho da dimensão e da complexidade da Guarda com uma frase feita, com uma fotografia em campanha ou com as pantufas calçadas no sofá».
«Alguns andam há décadas à sombra da Câmara Municipal, escondidos, sem obra nem ideias conhecidas. Tentando passar pelos pingos da chuva. Esperando sentados que o desenvolvimento apareça com um passe de magia. Esperando que outros façam o trabalho», acrescentou Sérgio Costa.
No entender do actual autarca, para se ser presidente de Câmara «é preciso trabalhar muito», «ter currículo», «ter provas dadas», «ter estado nos bastidores, e na linha da frente das batalhas», «ter sido vereador», «ter sido presidente e é preciso ter sido, acima de tudo, leal com a população».



