Reabertura do troço entre Celorico da Beira e Mangualde adiado para 6 de Abril
A Linha da Beira Alta, que encerrou para obras de modernização em Abril de 2022 por um período previsto de nove meses, continua a ser uma “telenovela” ainda sem fim à vista. O ano passado, no dia 25 de Novembro, reabriu um troço (38 quilómetros) entre Guarda e Celorico da Beira. Para o dia 26 de Março estava inicialmente prevista a reabertura de mais um troço, desta vez entre Celorico da Beira e Mangualde (39 quilómetros) mas, segundo fonte oficial do Ministério das Infra-estruturas, foi adiado para 6 de Abril.
E foi precisamente no dia 26, dia que estava previsto reabrir mais um troço, oui que o ministro Pinto Luz vai fazer uma “visita técnica” à linha da Beira Alta, mas só entre Mortágua e Pampilhosa e não na linha toda como tinha antes anunciado, noticia o jornal “Público” (que tem acompanhado muito de perto este assunto).
O jornalista Carlos Cipriano, que assina o texto, refere que a viagem do ministro será feita com uma linha oficialmente interdita, fechada à exploração, em “marcha à vista”, o que significa que o maquinista deverá estar preparado para parar ao menor obstáculo e sem nunca exceder a velocidade de 30 km/h.
O governante disse ao “Público” que “vão poder transitar comboios, mas não em operação comercial”. No entanto, durante as obras sempre transitaram comboios dos empreiteiros, bem como vários veículos ferroviários para efectuar trabalhos, no mesmo regime de circulação de “marcha à vista” da automotora de inspecção da IP em que hoje viajará.
O governante também disse que faria uma viagem de “reabertura” em toda a linha (supunha-se que entre Pampilhosa e Guarda numa extensão de 156 quilómetros), mas, salienta o “Publico”, só percorrerá 23 quilómetros.
Refere aquele diário nacional que “as obras de construção civil estão longe de estar terminadas. No túnel de Trezói (concelho de Mortágua), nas próximas semanas, vai ser necessário levantar as travessas e os carris para substituir todo o balastro, interrompendo assim a circulação e voltando a repô-la”. Para além disso, “perto de Mortágua estão em cursos trabalhos de consolidação do talude à entrada do túnel da Ribeira, que deverão durar ainda cerca de dois meses”. E há ainda mais constrangimentos, acrescenta o jornal. É que, “nas estações faltam terminar os abrigos para os passageiros e, ao longo da linha, falta regular os pêndulos da catenária e construir passadeiras de atravessamento”, bem como “a sinalização electrónica não está a funcionar”. “O projecto previa reabrir a linha com o moderno sistema de sinalização ERTMS (Sistema Europeu de Gestão de Tráfego Ferroviária na sigla inglesa), mas, para já, a IP está apenas a tentar repor o mesmo sistema que existia antes das obras, mas com muitas dificuldades porque se perderam cabos de fibra óptica e outros equipamentos durante os trabalhos”, salienta o “Público”.
“Mesmo a alegação de que a partir de agora, mesmo que as obras já estivessem concluídas, as certificações dependeriam de entidades exteriores à IP, também não é verdadeira porque, de acordo com fonte oficial do IMT (entidade a quem compete dar autorização para reabrir a linha), este organismo aguarda o envio de documentação do gestor da infra-estrutura para poder concluir a avaliação em curso”, esclarece o jornal.