A Guarda tem, a partir de hoje, um consulado honorário de Angola, que está situado próximo do edifício da Segurança Social. Um espaço que vai «proporcionar à comunidade angolana residente neste distrito uma série de serviços e facilidades que irão melhorar muito a respectiva qualidade de vida», como explicou, na sessão inaugural, o cônsul de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda, António José Soares da Cunha. «A partir de hoje, todos os serviços consulares que eram apenas prestados na cidade do Porto, como sejam a emissão ou renovação dos passaportes e bilhetes de identidade, passarão a ser emitidos em dias a combinar, com uma regularidade que permita funcionalidade e qualidade de serviço para os utentes, através da deslocação a estas instalações da Guarda, dos técnicos habilitados do consulado geral do Porto», explicou o responsável pelo espaço.
Na sua opinião, «trata-se de uma ganho extraordinário para a comunidade angolana residente neste distrito, calculada em cerca de um milhar de concidadãos».
Mas não só, como fez questão de evidenciar o dirigente angolano. Outros dos grandes objectivos que pretendem com aquele espaço, passam pelo «fomento das trocas comerciais, pela atração de investidores para este distrito da Guarda e ter cada vez mais estudantes angolanos a transformarem-se em trabalhadores qualificados de forma a que possam trocar e transmitir conhecimentos aos seus conterrâneos do distrito da Guarda, que têm hoje características que podem e devem ser aproveitados, não apenas pelos cidadãos locais mas também por investidores estrangeiros».

O cônsul recordou que há dois anos, aquando da inauguração do consulado em Vila Real, tinha referido que pretendia «constituir um elo de ligação que permita fortalecer as fraternas relações bilaterais entre Angola e Portugal». «E, por isso, há que criar, estimular rede de contactos de empresários, empreendedores e estudantes residentes nestes distritos de forma a dinamizar as trocas comerciais e a transmissão do conhecimentos tecnológicos aos cidadãos da República de Angola, que, por sua vez, anseiam por rentabilizar e internacionalizar as suas actividades económicas», afirmou António José Soares da Cunha, frisando que «as palavras ditas há 24 meses ganham hoje ainda mais acuidade aqui na cidade sede do distrito da Guarda».
A importância do surgimento do novo espaço também foi evidenciado pelo presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, que considerou que «este é o momento» que «enche de orgulho» a Guarda e que «deve ser assinalado como uma nova página da história da cooperação entre Angola e Portugal, agora com um marco permanente neste região do Interior raiano de Portugal». «A instalação deste consulado honorário não é um acto isolado, é o reflexo de uma diplomacia próxima e humana. É a afirmação de que as grande decisões internacionais também se concretizam em territórios como o nosso, onde o sentido de comunidade, hospitalidade e de responsabilidade está vivo e presente», referiu o autarca.
Na sua opinião, «esta inauguração deve ser vista como um gesto de grande alcance diplomático, político, económico e social porque ele representa em primeiro lugar uma preocupação justa e nobre do Estado angolano, garantindo condições de atendimento, de apoio e de representação aos seus cidadãos da diáspora que vivem na nossa região. Através deste consulado, a Guarda passará a ter ponto de contacto próximo, célere e digno».
Depois de recordar o apoio prestado pelo município aos ucranianos, o autarca frisou que «este é o exemplo de que as palavras têm de se traduzir em actos e que a cooperação internacional se constrói com acções concretas, com sensibilidade humana, com políticas públicas capazes». «Mas este consulado é também, com igual importância, uma janela de oportunidade económica estratégica», considera Sérgio Costa, relembrando que «Angola é hoje a terceira maior economia da África subsariana e o segundo maior produtor de petróleo do continente africano».
Ainda durante a sessão inaugural, que decorreu no edifício da Câmara Municipal, a embaixadora da República de Angola em Portugal, Maria de Jesus dos Reis Ferreira, evidenciou também a importância do espaço hoje inaugurado, que, para além da prestação de serviços consulares aos angolanos, prestará também «informação aos cidadãos como ir para Angola e como investir em Angola». Por seu lado, Dulce Gomes, cônsul-geral de Angola no Porto, referiu que a abertura deste consulado representa mais do que um acto administrativo», é a afirmação do «firme propósito de do Estado angolano em servir os seus cidadãos da diáspora com proximidade e dignidade».
O consulado honorário de Angola, inaugurado esta manhã, fica mesmo ao lado do espaço de restauração “A Tasquinha”, onde a comitiva se deslocou depois do acto inaugural, tendo a embaixadora angolana assinado o livro de honra.
