O PSD, o CDS e a Iniciativa Liberal formalizaram esta tarde, numa unidade hoteleira da Guarda, o acordo de coligação tendo em vista as próximas autárquicas na Guarda. A sessão contou com as presenças de, entre outros, Rui Ventura, líder da distrital do PSD, Pedro Morais Soares, secretário-geral do CDS, e Luís Rolo, representante da IL.Como o jornal “Todas as Beiras” (TB) avançou no passado dia 16, o social-democrata João Prata, actual presidente da Junta de Freguesia da Guarda, será o cabeça-de-lista de uma coligação e não apenas do PSD.
O candidato à cadeira maior da autarquia disse aos jornalistas que «esta coligação é um sinal de clara abertura, de descomplexidade em termos daquilo que são os partidos políticos», assegurando que foram «fáceis as negociações». João Prata informou que o acordo prevê uma distribuição de lugares pelos três partidos e assegurou que na lista à Câmara Municipal, tanto a IL como o CDS indicarão uma pessoa para constar entre os sete lugares efectivos, adiantando que o cidadão ou a cidadã que for sugerida pelos centristas ocupará um dos quatro primeiros lugares.
Durante o discurso que fez minutos antes da assinatura do acordo, João Prata afirmou que se trata de «uma coligação para um projecto vencedor». «Estamos juntos porque partilhamos a mesma ambição: devolver à Guarda a capacidade de se afirmar como capital regional, como território de oportunidades, como cidade com voz. Um concelho que vai voltar a contar», evidenciou o candidato à sucessão de Sérgio Costa na presidência da autarquia. Na sua opinião, «nestes quatro anos, a Guarda perdeu tempo. Viveu mais de confronto do que de cooperação. Mais de lamúrias do que de acção. Mais de promessas do que de concretização». Isto é, «foram quatro anos de discursos vagos, de ilusões projectadas para 2040 e de abandono do presente».
Entende, por isso, que «não pode haver segunda oportunidade para quem desperdiçou o benefício da dúvida» e que «é tempo de virar a página, de mobilizar a energia que existe nesta coligação para fazer diferente e fazer melhor».
Rui Ventura: «Com pantufas ou sem pantufas [João Prata], será seguramente aquele que na Guarda construíu associativismo a sério»

Para o líder da distrital do PSD, a coligação é «muito mais do que os três partidos políticos» e que a escolha de João Prata para cabeça-de-lista «não foi feita por acaso, mas pelas características que ele tem», que «é alguém que é conciliador, que ouve a população, que sempre esteve ao lado das pessoas da Guarda e aquele que na Guarda esteve mais tempo à frente de uma Junta de Freguesia e sempre reforçado nos seus votos», o que, salienta, «significa muito, significa proximidade e diálogo».
Rui Ventura afirmou mesmo que «nunca» teve dúvidas de que «João Prata seria o melhor candidato». «E se alguém tivesse dúvidas de que era o melhor candidato, elas terminavam hoje porque é um candidato que conseguiu fazer aquilo que nunca fizemos na Guarda, que foi juntar três partidos políticos», salientou.
Rui Ventura entende que «a Guarda precisa muito daquilo que caracteriza João Prata. Precisa de estar pacífica, não ser todos os dias quezílias, “guerras”, que dá a sensação de que apenas uma só pessoa é que é dona da verdade e só ela é que faz bem». Para o dirigente distrital social-democrata, «a Guarda precisa de alguém que saiba dialogar, saiba trazer gente para a comunidade, que possa contribuir para que a Guarda consiga alcançar aquilo que se pretende».
A terminar o discurso, Rui Ventura disse que acredita que João Prata tem todas as condições para ganhar a Câmara Municipal da Guarda, acrescentando que «com pantufas ou sem pantufas [uma resposta ao discurso de Sérgio Costa feito na apresentação do livro (ler notícia sobre esse acontecimento]], será seguramente aquele que na Guarda construiu associativismo a sério, que hoje é uma referência na Guarda e no distrito, que é o NDS [Núcleo Desportivo e Social]».
CDS e IL consideram que foi fácil chegar ao acordo de coligação

Tanto o secretário geral do CDS, Pedro Morais Soares, como o representante da IL, Luís Rolo, disseram que foi fácil chegar a um entendimento» com o cabeça-de-lista.
Em declarações aos jornalistas, o centrista Pedro Morais Soares justificou que o CDS aceitou fazer parte da coligação porque acredita que «João Prata tem toda a capacidade e competência para unir esforços e que está muito para além daquilo que é a soma dos partidos». «Temos que questionar o que é que a Guarda tem a ganhar com esta coligação? Tem a ganhar em voltar a colocar a Guarda no mapa e recuperar a Guarda como destino de referência», salientou.
O representante da IL também disse que «não houve grandes entraves» para se chegar a acordo. Recordou que, embora a Iniciativa Liberal seja «um partido pequeno na cidade» quer ajudar à conquista de votos. Minutos antes da celebração do acordo, Luís Rolo referiu no seu discurso que «é uma escolha para construir uma Guarda com ambição». «Depositamos no professor João Prata a nossa inteira confiança e estamos unidos no objectivo de vencer para revitalizar a Guarda», salientou.
Explicou que «uma das exigências fundamentais da IL para qualquer coligação é a inclusão de medidas liberais no programa». E, nesse sentido, adiantou, as negociações, que «ainda não estão fechadas, estão bem encaminhadas». Algumas das medidas que a IL preconiza têm a ver com «o desenvolvimento económico, a gestão camarária e algumas na área social».


