Considerado por muitos como o mais importante espaço cultural alguma vez construído na Guarda, o Teatro Municipal faz hoje 20 anos de existência. Em 2005, Isabel Pires de Lima, na altura ministra da Cultura, inaugurava o TMG e confessou-se «absolutamente surpreendida» com a obra, que viria a ser o símbolo de um novo ciclo cultural na cidade, no concelho e na região. A então governante disse também na ocasião que se tratava de «um equipamento que honra a Guarda, a região Centro e Portugal». E Álvaro Guerreiro, que ocupava nessa altura o cargo de presidente do Muncípio, lembrou ter sido a sua antecessora, Maria do Carmo Borges, quem colocou «total e decisivo empenho» na realização daquela obra e mostrou-se convicto de que o TMG iria assumir-se «como um interlocutor privilegiado da produção cultural de toda a região, uma vez que é um projecto determinante para uma grande transformação na área da cultura, na Guarda e na região».
Palco de estreias e concertos únicos “La Traviata”, de Verdi, foi um dos destaques da programação para os primeiros três meses de vida do Teatro Municipal da Guarda. O cantor José Mário Branco viria a ser o primeiro a pisar o palco daquele Teatro. Destaque também para “Jazz nas Alturas!”, festival de jazz que levou ao TMG, entre outros, Anthony Braxton, Bernardo Sassetti e Nils Petter Molvaer. Na área da dança, passaram por aquele equipamento nos primeiros três meses de vida, o Ballet Gulbenkian e a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo.
Na área do teatro, o Bando apresentou “Alma Grande”, a partir do conto de Miguel Torga, e o Teatro da Trindade as suas produções “Fungagá da Bicharada” e “Picasso e Einstein”. A Galeria de Arte viria a ser inaugurada por uma exposição de uma «surpreendente artista da nossa terra, Maria Oliveira», e seguidamente foi possível apreciar o trabalho do mestre Júlio Resende.
A agenda desse primeiro trimestre dava ainda destaque à «existência de um serviço educativo com várias propostas que intensificarão as relações entre o público e o TMG (visitas guiadas e ateliers de iniciação)», bem como a exibição de cinema, espectáculos de poesia, contos populares e música.
O espaço compreende dois auditórios, um com 626 lugares e o outro com 164, sala de ensaios, galeria de arte com mais de 400 metros quadrados e um café-concerto para uma centena de pessoas. Inicialmente, a gestão do TMG viria a ficar a cargo da empresa municipal “Culturguarda”, tendo, cerca de dez anos depois passado a ser gerido directamente pelo Municipio.
Desde a sua abertura e até hoje, já passaram vinte anos. As opiniões dividem-se quanto ao papel que tem desempenhado e à qualidade da programação, principalmente nos últimos anos.