Foi publicada Segunda-feira em Diário da República a recomendação, aprovada pelo parlamento no passado dia 14, dirigida ao Governo para que “proceda a uma avaliação detalhada da permeabilidade das estradas nas zonas de presença do lince-ibérico, como a auto-estrada A23 e outras vias críticas” e que “implemente passagens para fauna e barreiras físicas que redirecionem os linces para zonas de travessia seguras”, bem como “reduza os limites de velocidade nas estradas que atravessam os territórios críticos do lince, instale sinalização adequada e outros meios de diminuição do tráfego e da velocidade”.
É também recomendado ao Governo que “colabore com proprietários rurais para promover práticas de gestão que favoreçam a coexistência entre as suas actividades e a conservação da espécie de lince-ibérico” e “fomente a criação de corredores ecológicos que permitam a dispersão natural do lince-ibérico, assegurando a conexão entre as populações de Portugal e Espanha, promovendo a diversidade genética e a expansão territorial da espécie”.
Outras das recomendações passa pelo alargamento dos “apoios directos e as majorações no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum aos agricultores e proprietários de outras regiões do País onde exista presença de lince-ibérico, como Castelo Branco, incentivando práticas de gestão sustentável que beneficiem a presença do lince-ibérico nos seus territórios”.
Para além disso, o Governo deve reforçar “a fiscalização nas áreas protegidas e zonas de presença do lince-ibérico, garantindo o cumprimento da legislação e combatendo a caça ilegal” e devem ser implementados “programas de educação e sensibilização nas comunidades rurais e junto de caçadores, sublinhando a importância da conservação do lince-ibérico e das suas presas”. Por último, o parlamento recomenda que seja apoiada “a recuperação do montado e outras iniciativas de restauro ecológico, promovendo a criação de habitats adequados e sustentáveis para o lince-ibérico e o coelho-bravo”. (Foto: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas)
