Quase cinco meses depois do fim das portagens nas auto-estradas A25 e A23 (ex-SCUT’s), deverá começar o julgamento dos promotores do protesto contra as portagens, efectuado no dia 11 de Maio de 2018 na “Rotunda do G” (Guarda), acusados do crime de desobediência, uma vez que não houve um aviso prévio da realização da iniciativa. Como arguidos neste processo, que vai começar a ser julgado no próximo dia 26, estão o Nerga (representado por Orlando Faísca), União dos Sindicatos de Castelo Branco, Pedro Tavares (que na altura dos acontecimentos era presidente da associação empresarial da Guarda), José Adelino Gameira (da Associação Empresarial da Beira Baixa), Zulmiro Almeida (Comissão de Utentes da A25) e os sindicalistas José Pedro Branquinho (União dos Sindicatos da Guarda) e Luís Garra (União dos Sindicatos de Castelo Branco).
Na acusação a que o jornal “Todas as Beiras” teve acesso, é referido que os arguidos «previamente combinados entre si, em união de esforços e acordo de vontades e enquanto membros integrantes» das entidades, também arguidas, «juntaram-se, de forma ordenada e organizada, com cerca de 60 pessoas, algumas delas empunhando cartazes/telas com inscrições de protestos contra as portagens», sem que tivesse havido uma «comunicação prévia» da iniciativa.
O Nerga e Pedro Tavares ainda avançaram com o pedido de abertura de instrução, mas o juiz do Tribunal Judicial da Guarda que analisou o caso decidiu manter a acusação proferida pelo Ministério Público, considerando que todos cometeram, «como co-autores materiais e na forma consumada, um crime de desobediência qualificada», cuja pena poderá ir até aos dois anos de prisão ou multa até 240 dias.