Seis empresas do distrito da Guarda integram a lista de 181 “empresas gazela” identificadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, com base em informação disponível em 2023, e dadas ontem a conhecer. Na região das Beiras e Serra da Estrela há um total de 12 empresas (ver imagem – na Covilhã há quatro mas uma delas não autorizou a sua listagem) e na Beira Baixa são quatro, todas do concelho de Castelo Branco. A homenagem e entrega do galardão às empresas Gazela está agendada para Quinta-feira, pelas 17h30, no Teatro Municipal de Ourém.
Concretamente em relação ao concelho da Guarda, estão identificadas três empresas: “Mário Costa Figueira”, de actividades postais e “courier”; a “Darkpurple”, que exerce actividade de consultoria, científicas, técnicas e similiares; e a “Trilhos D’âmbar”, com actividades imobiliárias. Quanto ao restante distrito, constam da lista a “Ambiente do Zêzere e Mondego, S.D. Agroflor”, de engenharia civil (Manteigas); a “SPI Portuguesa – Surface Process Innovation”, de fabricação de produtos metálicos (Pinhel) e a “Soluçãovida – Engenharia e sustentatbilidade”, de comércio por grosso (Seia).

No documento agora divulgado, a CCDR explica que «o conceito de empresa “gazela”, assumido internacionalmente, corresponde a empresas jovens (com idade igual ou inferior a cinco anos no início do período de observação) e com elevados ritmos de crescimento, sustentados ao longo do tempo», acrescentando que «são organizações inovadoras, capazes de se posicionarem de forma diferenciadora nos mercados, nos quais afirmam a sua competitividade e constroem sucesso a um ritmo acelerado, contribuindo fortemente para a criação de emprego».
Estas empresas ,realça a comissão de coordenação, «representam uma pequena percentagem do universo empresarial, mas cada uma delas tem uma importância fulcral nas dinâmicas de emprego e de riqueza que geram na região» e «são empresas com ritmos de crescimento muito elevados (acima de 20,0% ao ano) e com uma criação de postos de trabalho muito significativa, mesmo num contexto económico adverso».
A CCDR Centro identificou as empresas gazela para o ano de 2024, que são aquelas que cumulativamente “têm sede na região Centro, foram constituídas entre 2015 e 2020, apresentam crescimentos do volume de negócios superiores a 20,0% ao ano em 2021, 2022 e 2023, empregavam pelo menos 10 trabalhadores em 2023 e possuíam facturação igual ou superior a 500 mil euros em 2023».
Outras entidades passaram também a proceder ao apuramento das empresas gazela, designadamente o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, I.P., utilizando para o efeito critérios diferentes. Para o INE, a definição de gazela corresponde a «empresa até cinco anos de idade com um crescimento médio anual superior a 10% ao longo de um período de três anos. O crescimento médio anual é medido em termos do número de pessoas ao serviço remuneradas». Para o IAPMEI, o conceito de gazela refere-se a «empresa até cinco anos de idade com uma taxa de crescimento médio anual superior a 20% em cada um dos três últimos anos, sendo o crescimento medido em termos de volume de negócios».
Maior número de empresas gazela na região Centro alcançado em 2024

De acordo com os critérios descritos, foram identificadas 181 empresas gazela na região Centro, em 2024. Pela quinta vez desde que a CCDR Centro realiza este apuramento, o número de empresas gazela na região Centro ultrapassa a centena, atingindo, este ano, um novo máximo de 181 empresas. Face ao ano de 2023, as empresas gazela identificadas aumentaram (34%), passando de 135 para 181 empresas (mais 46 empresas).
«Este crescimento reflecte um reforço do dinamismo económico das empresas da região Centro face ao ano anterior, representando o acréscimo anual mais significativo de empresas gazela desde 2012», realça a CCDR. Quanto aos municípios onde estas empresas estão localizadas, este ano, foi também atingido o maior número de toda a série: 60 municípios.
Assim, a nível geográfico, observa-se uma dispersão crescente das empresas gazela pelo território da região Centro, tendo aumentado de 29 para 60 municípios na última década. Leiria volta a destacar-se como o município com mais empresas gazela (23), seguido por Coimbra e Ourém (com 14 empresas cada), Aveiro e Torres Vedras (com 10 empresas cada) e Águeda, com sete empresas. Com seis empresas gazela surgem os municípios da Figueira da Foz e Viseu, seguindo-se Caldas da Rainha e Ilhavo, com cinco empresas cada, Castelo Branco, Covilhã, Nazaré e Pombal, com quatro empresas cada, e Abrantes, Alenquer, Cantanhede e Guarda, com três empresas gazela cada.
Os municípios de Albergaria-a-Velha, Alcobaça, Anadia, Arruda dos Vinhos, Batalha, Fundão, Marinha Grande, Montemor-o-Velho, Oliveira de Frades, Ovar e Tomar apresentam duas empresas gazela cada. Nos restantes 31 municípios, existia apenas uma empresa gazela.
Em termos sub-regionais, destacam-se as sub-regiões Região de Leiria (34), Região de Coimbra (32), Oeste e Região de Aveiro (31 empresas cada) e Médio Tejo (22). A maioria das empresas gazela (71%) continuam concentradas nas quatro sub-regiões do litoral da região Centro, o que decorre de uma maior densidade de empresas e de uma maior dinamização empresarial nesses territórios.
Em termos de posicionamento relativo das sub-regiões com base no seu número de empresas gazela, verificamos que, pela primeira vez nos últimos doze anos, a Região de Leiria apresenta o maior número de empresas gazela. A Região de Coimbra volta a ocupar o segundo lugar em 2024 e o Oeste e a Região de Aveiro posicionam-se no terceiro lugar da hierarquia sub-regional. Beiras e Serra da Estrela está na penúltima posição, seguida da Beira Baixa.

Relativamente ao ano de constituição das empresas, verifica-se que a maior parte das empresas foi constituída em 2019 (19%), 2016 (17%) e 2015 (17%). Os anos de 2017 e 2018 apresentam um peso semelhante, com 16% do total em cada um. Já em 2020, ocorreu o menor número de constituições, representando 15% do total.
A maioria das empresas gazela 2024 foram constituídas sob a forma jurídica de sociedade por quotas (60%), sendo as restantes sociedades unipessoais por quotas (32%) e sociedades anónimas (8%).
No que respeita à sua dimensão, as empresas gazela de 2024 são maioritariamente pequenas (82%) e microempresas (10%), representando, em conjunto, 92% do total. Existem 12 médias empresas, distribuídas por seis sub-regiões distintas, e apenas duas empresas de grande dimensão, localizadas nos municípios de Vila Nova de Paiva e Sever do Vouga.
Comparativamente aos apuramentos anteriores realizados pela CCDR Centro, 46 empresas repetem a distinção de empresa gazela em 2023 e 2024. Entre estas, 11 mantêm-se empresas gazela pelo terceiro ano consecutivo e três acumulam quatro anos seguidos de reconhecimento. Destaca-se a TUU – Building Design Management Lda, por reunir a distinção de empresa gazela pelo quinto ano consecutivo (desde 2020).
Em média, cada empresa gazela 2024 emprega, aproximadamente, 35 trabalhadores, regista um volume de negócios de 3,8 milhões de euros e exporta cerca de 1 milhão de euros.
Quanto aos apoios financeiros das políticas públicas através de fundos europeus, importa salientar que 60 empresas gazela beneficiaram de fundos do Portugal 2020 e/ou do Portugal 2030. Foram financiados 97 projectos de investimento na região, perfazendo 88 milhões de euros de investimento e 46 milhões de euros de fundos europeus aprovados, contribuindo não apenas para os objectivos de inovação, internacionalização, exportação e investigação e desenvolvimento, mas também para mudanças estruturais importantes na organização e na qualificação dos seus recursos humanos.