A precaridade, os salários baixos e a desregulação dos horários de trabalho continuam a ser as principais preocupações dos trabalhadores do sector da restauração e hotelaria, tanto na Guarda como na restante região Centro, lamentou hoje o presidente do Sindicato de Hotelaria do Centro, Afonso Figueiredo.
O sindicato realizou esta manhã uma acção junto de trabalhadores e clientes da restauração e da hotelaria da Guarda, distribuindo um documento a esclarecer sobre «os direitos da contratação colectiva aplicável e a importância de os conhecer para os exercer e defender».
«Percebemos que, desde os contactos dos últimos anos, a situação não se tem alterado muito. Mantém-se a situação de vínculos precários, de baixos salários e de horários desregulados e era importante que esta situação fosse corrigida», sustenta Afonso Figueiredo.
«As principais associações patronais, nomeadamente a AHRESP [Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal] e a AHP [Associação da Hotelaria de Portugal], têm bloqueado o processo de negociação que constroem connosco porque recusam negociar aumentos salariais e defendem posições que desregulam ainda mais os horários e a vida dos trabalhadores, com introduções de banco de horas, adaptabilidade de horários, horários concentrados e redução do pagamento do trabalho extraordinário», refere o sindicalista, que entende que «não é esse o caminho» que deve ser feito.
«O sector da da hotelaria, do turismo e da restauração vive uma situação, já com dados públicos, que bate recordes. Chegamos a 2025 e ultrapassámos já todos os valores dos últimos anos. Temos novos recordes, quer relativamente à procura, quer relativamente às receitas e, portanto, não se compreende que se mantenham os salários dos trabalhadores congelados, neste caso, desde 2023», critica o sindicalista, acrescentando que «também não se compreende que aquilo que queiram introduzir na contratação colectiva seja a redução dos salários e a precarização das relações de trabalho».
