A Mata do Fontelo, o pulmão verde de Viseu, está já classificada como monumento nacional e que inclui a área que envolve os terrenos da Estação Agrária. O anúncio foi feito esta tarde, em Viseu, pela ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, que salientou que esta decisão é uma das concretizações do Ministério que dirige e que resulta de um entendimento com as várias partes envolvidas.
Em Maio do ano passado, a ministra tinha afirmado, durante a cerimónia dos 20 anos da reabertura ao público do Museu Nacional Grão Vasco, do qual foi directora entre 2001 e 2004, que devia “ser adequadamente reconhecido o interesse histórico-cultural e artístico do Fontelo, através da sua classificação como monumento nacional”.
Com uma história patrimonial secular e considerada uma “jóia da arquitectura paisagista do Renascimento”, a Mata do Fontelo tem edificado, capelas e um paço (que, durante muitos séculos, foi residência do bispo de Viseu).
“O conjunto formado pela mata, paço e jardim testemunha as intervenções impulsionadas pelo Bispo D. Miguel da Silva que, no século XVI, transformaram o Fontelo numa magnifica quinta de recreio renascentista”, refere a autarquia na revista municipal “Viseu” de Agosto de 2020.
Nessa edição era evidenciada a megaoperação de limpeza, estudo e reabilitação daquele espaço verde que tinha sido “severamente afectado por três tempestades – a primeira em Outubro de 2018 (Leslie), a segunda em Fevereiro de 2019 (Helena) e a terceira em 19 de Dezembro de 2019 (Elsa) : assim como uma de menor dimensão a 21 de Dezembro (Fabien), o parque arbóreo da Mata do Fontelo sofreu graves danos, registando inúmeros ramos partidos e quedas de árvores”.
Recorda o município que “foram cerca de trés dezenas de árvores de maior dimensão e de idade avançada que cairam, sendo a espécie de carvalho-alvarinho a mais prejudicada”.
Esta situação obrigou à realização de “uma megaoperação de limpeza, estudo e reabilitação, cuidada e rigorosa, promovida pelo Município, em parceria com uma equipa de especialistas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) e da Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS)”. (Foto: Município de Viseu).